O longa ficou dividido na crítica norte-americana. Pode ter pesado o fato de abordar temas tão importantes para a sociedade dos EUA, como a luta por direitos civis, os conflitos raciais e o preconceito, o que igualmente atrai o público.
Essa justificativa serviria, a princípio, para aceitar as concessões feitas em O mordomo da Casa Branca, drama inspirado na história real de Eugene Allen, mordomo negro que serviu diversos presidentes na Casa Branca, entre 1952 e 1986, justamente na época da efervescência dos movimentos sociais e da luta por direitos civis dos negros.
Respeitar a figura retratada ou a história do personagem? Esse é um dilema comum durante a realização de qualquer cinebiografia. Às vezes, é necessário suprimir, alterar ou exagerar os fatos em favor da narrativa.
O diretor Lee Daniels, deu espaço a ficção, além da troca do nome real de onde a história do verdadeiro mordomo, a criação de um envolvimento de seu filho mais velho com os Panteras Negras é um outro exemplo pra dar ao filme a dinâmica para prender o público. Tudo isso atrelado a uma trilha sonora melodramática.
Outra razão é a competência do elenco. Forest Whitaker é correto em seu protagonista em ação no trabalho e na fragilidade do ambiente familiar, ficando aquém apenas quando narra o off. David Oyelowo como o filho Louis, cujos pensamentos sempre batem de frente com os do pai, também faz um bom trabalho, mesmo a partir de uma relação paternal mal estruturada no roteiro. Entre os vários coadjuvantes de renome no cinema e em outras áreas, as interpretações boas e ruins se alternam.
O destaque é mesmo de Oprah Winfrey, interpretando Gloria, a esposa do mordomo. A apresentadora e atriz, que impressionou a todos no início de carreira, no clássico “A cor púrpura”, de Steven Spielberg, volta à antiga função, vivendo uma mulher oprimida entre as discussões do esposo e do filho e que se entrega à bebida como forma de esquecer os problemas que a família passa. Sua atuação, segundo os especialistas em Oscar, a tem colocado como candidata certa a um prêmio da Academia.
E mais sobre o filme temos neste começo de ano o SAG (Screen Actors Guild Awards), o sindicato de atores dos Estados Unidos e um dos principais termômetros para o Oscar, que seria o pontapé inicial para temporada de premiações de Hollywood cujo clímax é o Oscar, no dia 2 de março. Os vencedores do SAG Awards 2014 serão anunciados no dia 18 de janeiro.
O SAG tem entre seus integrantes as mesmas pessoas que votam em diversas categorias do Oscar. Nos últimos cinco anos, os filmes escolhidos por este sindicato ganharam o Oscar de melhor filme.
O filme teve três indicações, são elas: Melhor ator com Forest Whitaker, Melhor Elenco e Atriz coadjuvante com Oprah Winfrey.
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Descrição Geral:
The Butler (nome original do filme)
EUA , 2013 – 132 minutos
Biografia / Drama
Direção: Lee Daniels
Roteiro: Danny Strong
Elenco: Forest Whitaker, Oprah Winfrey, David Oyelowo, Yaya Alafia, Cuba Gooding Jr., Lenny Kravitz, Elijah Kelley, Colman Domingo, Jim Gleason, Olivia Washington, John Cusack, Vanessa Redgrave, Terrence Howard, Alan Rickman, Jane Fonda, Robin Williams, James Marsden, Minka Kelly, Liev Schreiber, Nelsan Ellis.