Aline Barros é o maior nome que se tem quando relacionam à música evangélica brasileira, e esse é um dos motivos que a cantora se preocupa tanto com o repertório e produção musical de seus álbuns, menos com o projeto gráfico de seus trabalhos, mas isso a gente deixa o não bom gosto pra lá. A começar na produção musical uma surpresa para todos nós foi a escolha por Ruben di Souza
Graça é o nome do quarto álbum da cantora lançado pela MK Music, e em três dias ganhou como disco de ouro, é o mínimo que se espera de um novo álbum da cantora. Seguindo a linha de captação do projeto anterior, as pessoas foram convidadas para um dia no estúdio para fazer a captação de público pra soar ao vivo e congregacional, e a cantora gravou voz em estúdio.
As agitadas do projeto são diversas, começando com a que abre o álbum: Revolução, composição do Pr. Lucas e Josué Godoi, com muitos efeitos eletrônicos, a guitarra com aquele drive achei um tanto diferente pra abrir um projeto. Essa música é tão cara de finalização de disco, a ordem dela como primeira música deixa o álbum com poucas expectativas. Gosto sempre de pensar que as três primeiras faixas de um projeto devem ser as mais convidativas, e esta não faz isso. Profetas dessa Geração, também do Pr. Lucas, aposta no eletrônico, o pessoal que participou da captação de voz vem com tudo nos “uo uo uo”, é o que mais tem no projeto também. A faixa não empolga muito não, e esse lance de ser profeta da geração este tipo de abordagem já deu né? O Fogo não descansa, que é uma versão de Fire Never Sleeps de Nick Herbert e Martin Smith, gravada pelo Jesus Culture, é uma faixa desnecessária no álbum a letra da música nada casa, a mais fraca por sinal. Já as agitadas Tua Palavra, de Fernandinho com Aline Barros é uma das agitadas que mais me prendeu, esta sim deveria abrir o disco. E é bem característica a construção da música, Fernandinho a gravaria sem qualquer problemas. É uma boa faixa pra ser adicionada no período de louvor das igrejas. Sou mais que vencedor, de Gislaine e Mylena, é uma grande faixa também, esta poderia estar mais próximo do começo do álbum pra dar o clima ao vivo que CDs “ditos congregacionais” costumam fazer.
As canções que mais destacam o projeto são: A faixa 2, Lugar Seguro, composição de Anderson Freire, congregacional, pra frente conta com todos os elementos necessários pra colaborar com o momento de adoração na igreja. A seguinte Casa do Pai, composição do Pr. Lucas, foi a escolhida como single, a anterior e esta parecem se completar. Não consigo vê-la como um grande single, deve ser por isso que a música não caiu nas graças dos ministérios de música para serem inseridas no louvor. Emplacar um single é uma tarefa árdua nos dias de hoje. ambas possuem bons coros e a produção ficou bem preenchida. Esperança, composição de Anderson Freire e Aline Barros, esta sim poderia ser o primeiro single, já que a melodia é parecida co Casa do Pai, digo isso pelo coro e a música tem mais apelo mainstream. “Sinto florescer, ao cheiro das águas minha esperança, és meu Redentor, porque vives minha fé não morrerá, o Senhor não falhará”. Este é o coro da canção, lindo demais, a ponte então é o ponto alto da faixa. Entrega/ A Deus Toda a Glória, ambas regravações com essa roupagem que Ruben di Souza deu, foi um dos pontos altos do projeto também. Aline cantando Vineyard, essa foi ótima e casou muito bem, a faixa é o ponto alto daquele período congregacional em que chegamos ao ápice de entregar a Deus nossa adoração em forma de louvor. A música que leva o nome do projeto, Graça, composição de Gislaine e Mylena, é um impasse porque na estrofe e na ponte fala sobre a Graça de Deus, e no coro você ouve Aline agradecendo pela graça, complicado. A melodia é linda, mas a letra fiquei com este pensamento. O Hino, versão de uma das maiores canções já lançadas pela banda australiana Planetshakers, prefiro nem comentar como The Anthem ficou aquém do que ela poderia ser, mas espero que a sua igreja que cantará com certeza essa faixa, ficará interessante ao vivo.
De modo geral, o álbum Graça, foi muito bem construído, as canções melodicamente se ligam e tem uma ideia mais pop, porém a essência congregacional que a cantora procura empregar em seus projetos, aqui também ficou assim. Ruben di Souza usou eletrônico, rock, clima congregacional e Aline Barros aqui aparece com notas mais agudas, voltando aos bons tempos de sua carreira pop, que é uma coisa positiva, gosto dela usando agudo. E a cantora usou mais os compositores da casa como Anderson Freire, Gislaine e Mylena e o novato Pr. Lucas. É um CD bem MK Music.
Selo: MK Music
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Playlist: Revolução | Lugar Seguro | Casa do Pai | Profetas dessa Geração | O poder da cruz | Esperança | Tua palavra | Entrega/ A Deus toda glória | Santo | Graça | O fogo não descansa | O Hino | Sou mais que vencedor | Melhor para mim |